segunda-feira, 23 de abril de 2018

DANOS PSICOLÓGICOS DECORRENTES DE MAUS TRATOS E ABUSO SEXUAL NA INFÂNCIA


Não é surpresa para nós que maus tratos, físicos, sexuais é emocionais interferem no desenvolvimento físico e psicológico, e pode desenvolver problemas psiquiátricos. No entanto existem alguns dados que não sabemos, por exemplo quais são realmente os problemas, quanto tempo eles podem perdurar?
Os maus tratos e abusos desenvolvem mecanismos de defesas, que perduravam pela vida adulta, e que muitas vezes se não tratado podem ser causadores de fracasso na idade adulta, ou que acabavam por manter a pessoa presa a condição de “vítima ferida” para sempre.
Ainda no início dos anos 90, acreditavam-se que os problemas eram facilmente tratáveis, apenas com terapia, normalmente uma terapia considerada “reprogramação”, onde pensavam que conseguiriam esquecer o que havia se passado.
No entanto, o abuso infantil ocorre em um período de formação do cérebro, é onde o cérebro está sendo esculpido pela experiência da criança, é o impacto causado pelo abuso, traz um efeito negativo em moléculas cerebrais, que alteram o cérebro, muitas vezes de forma definitiva.
Segundo pesquisadores de Harvard, o hemisfério esquerdo de pessoas vítimas de violência e abusos, se desenvolvem menos, em comparação a crianças que não sofreram nenhum tipo de abuso; em 2001, Martin Driessen, do Gilead Hospital, em Bielefeld, Alemanha, observaram que mulheres com histórico de maus tratos e abusos na infância, que desenvolveram personalidade limítrofe, e obtiveram uma diminuição de 16% no tamanho do Hipocampo, é de 8% no tamanho da amígdala, em comparação com mulheres que nada sofreram.
Podemos observar alguns transtornos, que se desenvolve em pessoas que sofreram abuso na infância, como Transtorno de Personalidade, Transtorno de Estresse Pós-traumático, Transtornos Alimentares, Síndrome do Pânico, Depressão, Ansiedade e muitos outros.

No Brasil, dados mostram que apenas no Estado de Sergipe, entre os anos de 2009 e 2017, foram notificados 3887 casos de abuso infantil, desses 3887 casos, 1890 são abuso de cunho sexual, 941 são casos de negligencia, e 814 são violência física.
Sabemos também que apenas metade dos casos são notificado; que mais da metade dos abusos são intrafamiliares, ou seja, infringidos a criança por algum parente; que desses casos intrafamiliares cerca de 60% acontecem através do próprio pai; que 74% das crianças que sofrem abuso sexual são meninas.
Muitos dos casos, os pais não percebem o que está acontecendo com a criança, e por isso os abusos perduram por uma maior quantidade de tempo, e quanto maior o tempo que essa criança passa sofrendo, maior os danos psicológicos causados.
É importante salientar que não só os pais, mas todos nós devemos observar as crianças e adolescente, professores, parentes, amigos, é importante observar também qualquer alteração de comportamento incluindo medo, choro, comportamento sexualizado e enurese, pois estas alterações podem mostrar o sofrimento.
Saliento ainda que, casos de abuso, seja ele negligencia, abuso sexual, abuso físico, todos eles devem ser tratados, de preferência com uma equipe multiprofissional, com médicos e psicólogos, para que os efeitos sejam minimizados, tanto criança quanto a família deve estar em processo de terapia, pois assim não trataram a criança como uma “eterna vítima”, o que só traria um maior prejuízo para esta.

segunda-feira, 2 de abril de 2018

COMO SURGE A DEPRESSÃO?



A depressão hoje é vista como o mau do século, conseguimos achar várias informações sobre ela, em sites, nas redes sociais e até em sites de revistas de fofoca. No entanto, essas informações nem sempre são de cunho cientifico, o que prejudica muito.
Pessoas em depressão sofrem grande preconceito, preconceito esse desenvolvido por informações incorretas, ou por falta de clareza na distribuição de informações.
O preconceito está em todo lugar, e em algumas religiões se pratica o preconceito contra pessoas com depressão. Em muitos casos de pacientes com religião, já presenciei a frase – “Me disseram que é falta de Deus”, ou “Se orar mais eu me curo”, também já ouvi a frase que considero pior – “É um castigo de Deus”.
As frases anteriores estão obviamente incorretas, já que os fatores causais da depressão podem ser biológicos, genéticos e psicossociais; a depressão independe da sua religião e todos estão sujeitos a ela. Outro exemplo de preconceito ocorre quando um amigo ou parente diz “Isso é frescura, falta do que fazer”, uma opinião obviamente incorreta, muito ouvida em consultório, é que transita em nossa sociedade pela simples falta de informação.

O que é a depressão?
Basicamente é a presença de humor triste, irritabilidade, sentir-se vazio, acompanhado de alterações cognitivas e somáticas, que afetam a capacidade de funcionamento do indivíduo.
Existe um manual diagnóstico e estatístico feito pela Associação Americana de Psiquiatria para definir como é feito o diagnóstico de transtornos mentais, este manual denomina-se DSM-V; segundo ele o transtorno depressivo inclui transtorno disruptivo da desregulação do humor, transtorno depressivo maior (incluindo episódio depressivo maior), transtorno depressivo persistente (distimia), transtorno disfórico pré-menstrual, transtorno depressivo induzido por substância/medicamento, transtorno depressivo devido a outra condição médica, outro transtorno depressivo especificado e transtorno depressivo não especificado.

O que difere um tipo do outro?
A diferença está caracterizada em o porquê a depressão aconteceu, no sentido de o que aconteceu em sua vida para que hoje você tivesse esse transtorno; e por quanto tempo ela perdura, ou seja, quanto tempo o indivíduo apresenta comportamento depressivo.

Causas da depressão?
Como uma é uma doença psiquiátrica, não há apenas um fator causal, pode ser provocada por diversos fatores, podendo ser eles físicos ou psicológicos.
1-   Neurotransmissores (Quando ocorre algum funcionamento anormal dos neurotransmissores – como dopamina, serotonina, noradrenalina e GABA – pode-se então ter origem a depressão; estudos indicam que a serotonina é um dos principais neurotransmissores envolvidos no desenvolvimento da depressão).
2-   Uso de drogas ou álcool (O uso de drogas ou álcool, pode então desencadear alterações no sistema nervoso, o que influência nos neurotransmissores, e os altera, logo pode-se desenvolver a depressão ou dar origem a qualquer outra doença psiquiátrica).
3-   Genética (Há indícios que apontem que a depressão pode estar associada a genética, logo, se a pessoa possui algum parente com depressão, há um risco maior de se desenvolver a depressão).
4-   Além desses pode-se observar outros fatores como doença cerebrais, traumas, estresse, doenças crônicas, entre outras.

Como diagnosticar?
O diagnóstico só pode ser realizado por psiquiatras e psicólogos, e somente pode se afirmar que o indivíduo possui transtorno depressivo após uma série de testes.
E é nesse momento que surge o problema, muitas pessoas que estão com sentimento de tristeza ou de vazio, acabam por acreditar que estão com depressão, no entanto não é bem assim.
Somente testes podem realmente dizer se você está ou não com depressão; então se você tem alguma suspeita, vá a um psicólogo ou psiquiatra, e verifique, já que sua saúde é um dos seus principais bens.

Dados epidemiológicos
Segundo dados da OMS, o número de casos de depressão aumentou em 18% entre 2005 e 2015, o que dá um total de 322 milhões de pessoas em todo o mundo, em apenas 10 anos; cabe aqui o pensamento reflexivo “E em 2025 como estaremos?”.
Só no Brasil a depressão atinge em média 11 milhões de pessoas, enquanto que distúrbios relacionados como a ansiedade afetam um número assustador de 18,6 milhões de brasileiros.
Devemos ficar alertas ao fato de que segundo a OMS, apesar de haver tratamentos eficazes, menos da metade das pessoas com depressão procuram tratamento.
Em casos estremos a depressão pode levar ao suicídio, e dados mostram que 800 mil pessoas morrem todos os anos em razão do suicídio.
Poliana A. Borges.

segunda-feira, 26 de março de 2018

PORQUÊ IR AO PSICÓLOGO?



Porquê ir a um psicólogo é um dos melhores pensamentos que devemos ter, pois muitos se perguntam: quando sabemos que precisamos de terapia? Será que estou louco?
E quando o médico te encaminha para o psicólogo, ai a coisa complica; os pensamentos explodem, e você acaba por pensar: “Pronto, estou louco mesmo.”
Para começar, já quero deixar claro que não, você não está louco; o problema é que ainda hoje existe um grande preconceito em torno da terapia. Muitos dizem que a psicologia é para loucos, mas será que é mesmo?
Quando penso sobre isso, me lembro de um ditado popular que diz “De médico e louco, todos temos um pouco!”; acho uma grande retórica o fato de um pensamento popular nos dizer isso, enquanto o preconceito nos diz para não irmos ao psicólogo, já que de modo geral ambos os pensamentos são formados pelo mesmo grupo de pessoas.
A psicoterapia não envolve pessoas loucas, e sim pessoas que estão passando por problemas, mas que querem se desvencilhar destes e tornar-se uma pessoa mais feliz; ou apenas para pessoas que querem se autoconhecer.
Entender o que o psicólogo faz, é um dos primeiros passos para que o preconceito acabe!

Quem é o psicólogo? O que ele faz?
O psicólogo é aquela pessoa que estudou e se graduou em psicologia; a psicologia é uma ciência, e sua prática é sólida e se sustenta através de pesquisas; o intuito da psicologia, nesse contexto é de ajudar o ser humano a tornar-se independente, e conseguir viver plenamente.
Segundo Jung, “O principal objetivo da terapia psicológica não é transportar o paciente para um impossível estado de felicidade, mas sim ajudá-lo a adquirir firmeza e paciência diante do sofrimento. A vida acontece num equilíbrio entre a alegria e a dor”.
A terapia é um processo que envolve o paciente e o terapeuta, para que ela se desenvolva é necessário que ambos os envolvidos estejam empenhados no processo; há várias abordagens na psicologia, cada psicólogo faz a escolha de qual ele usará.
Para que fique claro, as abordagens influenciam diretamente na forma em que a terapia se desenvolve, não há abordagens melhores ou piores, há um profissional que sabe trabalhar melhor com o uso de uma abordagem, do que outro.

Necessidade da terapia?
A terapia é necessária tanto em momentos de crise: separação, morte de parentes ou amigos, perda de um bom emprego, problemas escolares, entre outros. Como em situações do dia a dia, como problemas de trânsito, problemas de relacionamento, estresse no trabalho, pois até os mais simples problemas, se não tratados, pode se desenvolver para transtornos piores.
Transtornos como Síndrome de Burnout, geralmente causado pelo ambiente empresarial e problemas envolvidos no trabalho; a Depressão, 5% da população mundial sofre de depressão, achou pouco? São em média 350 milhões de pessoas; e Ansiedade, cerca de 25% dos adultos possuem nível elevado de ansiedade, preocupante né?
Então quando se perguntar “Porquê ir ao psicólogo?”; são muito os motivos; para alguns pode ser por algum conflito interno, problemas de relacionamento interpessoal, por não estar feliz no relacionamento conjugal, por problemas no trabalho, problemas de autoestima, para crianças, crianças que mudaram drasticamente de comportamento, crianças com problemas escolares, esses são apenas alguns pontos; no entanto, pode-se ir ao psicólogo apenas como meio de se autoconhecer.
Quanto ao autoconhecimento, este é o ponto chave da questão, pois quando se adquire algum problema psicossomático, você tem que buscar ajuda, mas no autoconhecimento, trabalhamos com a prevenção de doenças; quando você conhece seus limites e sabe o que te faz bem ou mal, torna-se mais fácil lutar contra o que te faz mal.
Pode parecer clichê, pode parecer bobo, mas um ótimo recurso é a autoanalise, já que nesse momento você vai perceber os pontos positivos e negativos; um psicólogo pode te ajudar nesse processo de não adoecimento.
Poliana A. Borges

quarta-feira, 21 de março de 2018

COMO IDENTIFICAR A ALIENAÇÃO PARENTAL, E O PAPEL DO PSICÓLOGO NESSE CONTEXTO.




A alienação parental consiste em um processo popularmente conhecido como "programação mental" ou "lavagem cerebral", ela acontece quando um dos genitores, normalmente o genitor que reside com a criança, exerce uma campanha de desqualificação do outro genitor, com o intuito de que a criança rompa o vínculo afetivo com o genitor alienado. Já a síndrome da alienação parental (SAP), e caracterizada quando a criança já não possui vínculo com o genitor alienado, quando a alienação parental se instala. A SAP pode ocorrer tanto em crianças como em adolescentes, e pode perdurar por toda a vida, se não for descoberto e tratado (GARDNER, 2002).
         A alienação parental e um tema já abordado pela psicologia a vários anos, no entanto, ainda se faz necessária uma abordagem mais explicativa.

O PAPEL DOS PAIS?
O papel dos pais é observar as necessidades dos filhos, e educa-los, perceber se há alguma alteração no comportamento da criança. Se você pai/mãe percebe que seu filho apresenta um dos estágios a seguir, fique atento, caso ele(a) não tenha acompanhamento psicológico, leve-o a um profissional.
Estágio I, Leve, nesse estágio a dificuldade aparece quando o alienador vai entregar o filho ao genitor alienado, a criança demonstra dificuldades, mas enquanto o alienado está com o filho, a criança interage normalmente.
Estágio II, Médio, a criança e ou o adolescente já passam a reproduzir as falas do genitor alienador, mas quando está com o genitor alienado tornam-se cooperativos.
Estágio III, Grave; ou seja, onde apresenta um maior número de sintomas ou que os sintomas se encontram mais fortes; o contato da criança com o alienado torna-se insuportável, já que a hostilidade da criança em relação ao alienado chega a agressão física e à paranoia, podendo incluir medo e delírios de perseguição. Gardner também aponta que a SAP não está apenas relacionada as informações fornecidas pelo alienador, mas também há contribuições da própria criança, que parece ter se esquecido das boas experiências vividas com o alienado (GARDNER, 2003; GARDNER, 2004).



QUAL O PAPEL DO PSICÓLOGO EM UM CASO DE ALIENAÇÃO PARENTAL?

O psicólogo que atende uma criança/ou adolescente e suspeita de que ela esteja passando por tais situações, deve então convocar ambos os pais para que seja realizada uma entrevista com ambos, separadamente.
Apesar de um processo delicado, e de extrema importância que ele seja conduzido de forma sutil, pois se não conduzido dessa forma, poderá então piorar o relacionamento entre ambos os genitores, ou até provocar ações judiciais, o que só traria maiores conflitos a criança. O importante durante esse processo e proteger a criança, ela é quem sofre grandes consequências.
Quando se percebe que a Alienação está acontecendo, deve-se então fazer um processo chamado ‘psicoeducação’, no qual se explica aos pais o que é a alienação, quais os danos causados, e as formas de evita-la, mas novamente este é um processo delicado, conduzido sem acusações a nenhum dos genitores.
O ideal é lembrar sempre a ambos os pais que o filho(a) é mais importante que qualquer coisa.
O tratamento deve envolver um maior contato da criança com ambos os genitores, principalmente com aquele que sofre, o genitor alienado. O ideal e que os pais estejam passando por atendimento psicológico ao mesmo tempo. A terapia é para todos.

terça-feira, 20 de março de 2018

5 DICAS DE COMO ESCOLHER UM PSICÓLOGO




Primeiro de tudo vamos pensar que o Psicólogo é alguém que vai saber toda a sua história, suas dúvidas, seus medos e tudo concernente a sua vida, logo, é uma escolha muito importante, quase como escolher um companheiro de vida!!

   1 -Graduação? – Verifique se o psicólogo que te atenderá possui graduação, pois somente se pode considerar psicólogo aquele que for graduado. A graduação leva um período de cinco anos, onde se aprende as principais teorias, ética na profissão, e é onde se faz estágio, que faz com que o profissional tenha uma melhor experiência para atendê-lo.

   2 - Cadastro no Conselho – Todo e qualquer psicólogo deve estar cadastrado no Conselho de Psicologia da sua região, pois o conselho é quem fiscaliza se o psicólogo está exercendo sua profissão com ética, profissionalismo e qualidade. O conselho de psicologia realiza visitas de verificação do ambiente ao qual o psicólogo realiza atendimento, para verificar se o ambiente permite um atendimento adequado. Então sempre verifique o número do CRP, já que é esse o número de cadastro no Conselho.

   3 - Através de indicação – Vá em profissionais que tenham sido indicados por amigos ou conhecido de confiança. Nós confiamos nos amigos para nos indicar melhores restaurante, melhor cabeleireiro, porque não melhor psicólogo? Assim como qualquer tipo de profissão, nem todo profissional de psicologia leva sua carreira e nome a sério, então fique esperto!

   4 -Psicólogo Religioso – Quando você ouvir de um psicólogo que ele atende usando determinada religião, fuja! A fé do psicólogo não deve influenciar a sua fé, ele não deve repreender seus comportamentos com base na fé dele. Veja um exemplo do que um profissional não deve fazer: - “Você não pode morar junto com seu namorado, é pecado!! Você tem que se casar primeiro!”; por incrível que pareça, infelizmente acontece, no entanto, se isso acontecer com você, converse com o psicólogo e diga que fazer tais escolhas não e papel dele, e fuja, procure outro profissional, um que vá te atender com ética, você pode até denuncia-lo no conselho.

   5 -Psicólogo que te diz qual escolha tomar – Corra o mais rápido possível!!! Pois um bom profissional nunca te dirá qual escolha tomar, nunca te dirá algo como “Você deve voltar com o seu marido”, pois essas são escolhas que você deve fazer, que você vai precisar descobrir o que quer. Um bom profissional vai te passar textos para ler, pode te pedir para refletir sobre algo e principalmente vai ajudar você a descobrir qual decisão e melhor para você.


Por: Poliana A. Borges.